DIFERENÇAS CLIMÁTICAS E CHOQUE TÉRMICO
É notoriamente sabido que o Brasil é um país de dimensões e proporções continentais. E que as condições climáticas são muito adversas em cada região e estado. Variando inclusive de cidade pra cidade.
Aí você me pergunta o que isto tem a ver com a preparação física para bailarinos.
Então vamos lá!!
Durante a assessoria que dei no festival de dança de Joinville este ano pude mais calmamente conversar com algumas professoras e bailarinas de todo brasil. E fiquei analisando e até sendo questionado sobre este tema que é de fundamental relevância.
Gostaria que fizessem uma pesquisa sobre artrite e artrose. Não precisa de muita coisa, mas sim pra encurtar o texto e dar um pouco mais de sentido a este.
Imagine que você começa sua aula e sua temperatura está num determinado numero. E que ao terminar ela aumentou para um outro numero.
Mas você faz aula de sapatilha, tênis, meia ou outro dentro de sua modalidade e que ao final você retire este calçado como o chamaremos pra ilustrar.
A temperatura de um piso frio em alguns casos chega até 10 graus de diferença da temperatura ambiente. E você simplesmente fica com os pés ali. Mesmo com a sua temperatura acima ainda mais do que o do piso.
Isto também se aplica a linóleo, numa proporção menor e outros também.
Temos também para ajudar a ilustrar o fato de tomarmos água gelada, que infelizmente não há como não tomá-la sem ser assim, de uma maneira metafórica, mas sabendo que isto também gera um outro tipo de choque térmico.
Mas as perguntas que me levaram a escrever este eram em relação ao ar condicionado.
Aí realmente existe um paradoxo muito grande. Muito mesmo.
É possível fazer aula com um calor intenso?? Intenso mesmo???
E se a situação for ao contrario, sendo muito frio??
Procurei ouvir bem e entender o panorama destes pontos para começar a traçar um ou algum tipo de planejamento seguido de ação.
É claro que estas situações são inviáveis, deixando ao mero acaso do tempo, onde encontramos situações adversas. Mas não as condições climáticas.
E este tema tem muitas vertentes e ramificações implicantes em processos de preservação ou não do bailarino.
No caso do calor perguntei a uma professora o que era feito, como era feito e por que deveria ser feito.
Vi que houve certa relutância em responder minha pergunta, pois aquilo já era como se fosse parte da rotina de seu trabalho.
Isto em caso de calor extremo. Mas no caso do frio era muito similar.
Alguns dos maiores problemas dos choques térmicos são transferidos para tendões e articulações. Dependendo do caso. E também caso a caso.
Mas sim há implicações diretas nestes. E em outros também.
Um conselho que dei e que acho que pode servir pra quem tem este tipo de incomodo é que antes de terminar qualquer trabalho que esteja sendo feito ou executado é desligar o ar condicionado 10 minutos ao menos, antes de se sair da sala onde há estes.
Ou esperar para sair da sala após 20 minutos de encerradas as atividades.
Na sala ou na escola. Pois o que vale neste caso é a diferença de temperatura que o bailarino irá encontrar em um ambiente que não seja aquele que já estava condicionado a uma temperatura ideal para a execução do trabalho que foi feito.
Isto sempre gira em torno de 22 a 24 graus. Podendo é claro variar de região e estado.
Mesmo em Louveira, com temperaturas que não são dos tipos destas variáveis, de extremos, eu sempre dou bronca, bronca mesmo em quem termina a aula e já vai tirando a sapatilha e colocando os pés no piso frio fora do linóleo. Até nele mesmo.
Como disse precisa sim haver um tempo de recuperação para isto.
Em especial os pés onde o fluxo sangüíneo é muito maior ao final de um trabalho, em que há um aumento de temperatura até por conta deste.
Volto a frisar que são muitas as implicações do choque térmico, até como trincas ou mesmo rachaduras nos dentes e outros.
Mas que no nosso caso vamos nos ater a tendões e ligamentos inicialmente. Mas vocês poderão achar casos de coluna vertebral e outros.
Uma leitura sobre isto seria muito boa. Pra elucidar melhor o que estamos referendando.
E que há sim alternativas para a preservação dos bailarinos através de simples atos. Mas que a não prevenção destes ira acarretar problemas sérios no futuro que não é tão distante.
Boa dança a todos
E lembrem se
Uma dança com perfeição
É uma dança com uma boa preparação
José Luiz Gioia.
Diretor e preparador físico da
Cia de dança GIOIA RARA
twitter:@gioiarara