07 julho 2011

PREPARAÇÃO FÍSICA PARA BAILARINAS - FÉRIAS OU NÃO?

FÉRIAS OU NÃO?

Primeiro quero agradecer a todos que tenho encontrado em festivais e que vem me agradecer, questionar ou mesmo cumprimentar pelos artigos e pela revista DANÇA BRASIL.
É um imenso prazer poder ter este contato e confirmar o que venho escrevendo há mais de 2 anos e meio.
E que a corrente da preparação física para bailarinos cada dia toma proporções ainda maiores. Inclusive com um especial no SPORTV2 que mostrou exatamente o que venho dizendo e mostrando a preparação do BOLSHOI NO BRASIL, como também já havia escrito.

Estamos num período em que se é absolutamente normal pensar em férias e isso já faz parte de nossas vidas desde a infância. Não é bem assim pra todos, especialmente na dança.
Há muito tempo escrevo sobre PLANEJAMENTO, e é aí que você precisa se colocar e ver o que foi traçado.
Devemos sempre ter a curva de aceleração e desaceleração dentro da nossa preparação. Independente de ser técnica ou física.
Portanto volto à pergunta do nosso título de hoje: FÉRIAS OU NÃO?

Vou citar o meu caso, por exemplo, para poder ilustrar mais nosso assunto.
Evito parar em julho, na verdade estamos ainda na fase de aceleração de curva, o que significa que ainda estamos fazendo um trabalho forte em todos os aspectos. Até porque estaremos em Joinville com dois trabalhos e continuaremos ainda em alguns festivais, até o final do ano. Portanto, em nosso caso estaremos até final de agosto e começo de setembro mantendo o trabalho mais forte e pesado.
A partir daí é que começo a desacelerar os trabalhos. Até mesmo fazendo a manutenção com aulas e apresentações até novembro. E daí sim minimizar os trabalhos em dezembro.
Em meu planejamento acho ideal férias em dezembro e janeiro. Até com ganho de peso para poder ter o que gastar durante o ano, mas já escrevi sobre este especificamente e precisa de atenção especial como já o fiz e faço sempre.
Caso seu planejamento tenha ponto alto em seu festival de final de ano, a aceleração deverá ser feita até novembro com a preparação específica para o que estará desenvolvendo. E até poderá ter férias em julho sim!
Parodoxo? Sem explicação?
Não! Na verdade eu escrevi sobre o que eu faço e outra possibilidade. Mas nada impede que você faça o seu planejamento e saiba quando e como será sua curva de aceleração e quando será o pico da preparação e apresentações.
Então, não há paradoxo nisto, somente uma questão de interpretação e bom senso.

Sempre disse que não há como elevar a curva somente. Indo forte o ano todo. Isto acabará como o bailarino, e não haverá retorno depois. Lembre-se sempre disto. É muito bom ganhar, mas não a qualquer custo. Como uma das coisas que mais vejo, alunos fazendo aulas todos os dias e sendo elevados ao seu máximo por um período de tempo relativamente curto. E com conseqüências muito cruéis após não serem mais aproveitados e sendo deixados de lado, por NOVAS AQUISIÇÕES.
Eu sempre enfatizo o máximo em minhas palestras que você deve sempre saber aonde quer chegar, como e quando chegar. O caminho a ser percorrido só pode ser avaliado por você. E se você não sabe qual caminho deve seguir, voce está com um grande problema.

A palavra PROFESSOR, nem sempre é sinônimo de conhecimento, carinho, afeto, dedicação entre outros. Especialmente AMOR!
O que mais existe são alunos, que quando muito, fazem aula um ano e no outro já estão dando aulas. Até por uma questão financeira, onde ganham infinitamente menos ou até quando ganham alguma coisa ou recebem suas mensalidades em troca.
Você pode até achar que eu estou fugindo do assunto, mas este é um ponto muito importante dentro deste artigo.
Quando você faz aula e confia no seu PROFESSOR, ele realmente está capacitado a responder todas as suas perguntas, especialmente quando é que você terá férias?
É claro que o PROFESSOR não precisa saber tudo. Mas se ele não souber dentro de seu meio de trabalho o básico, como poderá ensinar? E como você poderá confiar?

FÉRIAS OU NÃO?
Acho que já lhe dei algumas direções e informações que lhe serão valiosas em seu planejamento para que você possa ver se realmente JULHO é seu período de férias. E que fique claro que isto se aplica a qualquer idade. Especialmente aos alunos mais novos!



Boa dança a todos
E lembrem se:
Uma dança com perfeição
É uma dança com uma boa preparação!

José Luiz Gioia é diretor e preparador físico da Cia de dança GIOIA RARA.
LOUVEIRA - SP
 

HIDRATAÇÃO PARA AULAS DE BALLET CLÁSSICO, JAZZ, STREET E OUTRAS DANÇAS

HIDRATAÇÃO

Num ser humano adulto o total de água no corpo varia entre 55% e 70%.
A importância da água no corpo humano é tal que uma desidratação ligeira pode provocar cansaço, dores de cabeça, dificuldade de concentração e mal-estar geral, sendo que se for continuada pode ter efeitos a longo prazo na nossa saúde, nomeadamente a nível cardíaco, renal, respiratório e digestivo.
A necessidade de manter o organismo corretamente hidratado é assim fundamental para a saúde e bem-estar do organismo.
Considerando-se que há perdas significativas de líquidos e minerais durante o exercício físico, a hidratação adequada é fundamental para que o rendimento físico e saúde não sejam prejudicados. É sabido que em períodos mais quentes, especialmente no verão há uma ingestão maior de líquidos do que o usual.
O que não pode deixar de acontecer também durante o ano. Especialmente no inverno.
Pois durante a prática esportiva o que não exclui aulas, competições e outros, a taxa de transpiração é altamente variável, oscilando entre 1 e 2 litros de líquidos por hora de exercício. Os eletrólitos perdidos em maior quantidade na transpiração são o sódio e o cloro.
Deveríamos ter então a ingestão de cerca de 2 litros de líquidos diariamente.
Nos exercícios perdemos muita água durante a transpiração e isto pode resultar em desidratação, o que causa entre outras fadiga e diminuição da capacidade de executar os exercícios.
Devemos iniciar nossas atividades físicas com um ótimo estado de hidratação.
Para isso recomenda-se a ingestão normal de líquidos durante o dia, a ingestão de 500 ml 2 horas antes e de 250 a 500 ml 15 a 30 minutos antes do exercício.
Durante as aulas ou outros, é recomendada a ingestão de líquidos a cada 15 – 20 minutos, na quantidade de 180 – 250 ml, numa tentativa de repor as perdas que ocorrem através da sudorese.
Infelizmente, fatores tais como, diminuição da percepção da sede, pouco acesso às bebidas de hidratação, podem afetar negativamente o estado de hidratação dos bailarinos e bailarinas.
Para atividades de longa duração ou de alta intensidade recomenda-se a adição de carboidratos, na proporção de 5 – 10% às bebidas, tanto antes como durante o evento, que podem ser na forma de sacarose, glicose, frutose e maltodextrina.
Não se recomenda a utilização de bebidas contendo apenas frutose, que podem causar distúrbios gastrintestinais.
A oferta de carboidratos ajuda na manutenção da glicemia e retardar o início da fadiga.
Fatores que interferem com a palatabilidade (facilitar a ingestão) são importantes para melhorar a aceitação de líquidos: temperatura, adição de sódio, sabor da bebida.
Bebidas alcoólicas, bebidas gaseificadas, chá preto, chá mate e café e sucos de frutas concentrados não são recomendados para a hidratação durante a atividade física.
Após a aula ou outros, os bailarinos e bailarinas devem receber líquidos à vontade, de preferência acrescidos de carboidratos (1 – 2 g/kg), repondo as perdas hídricas e iniciando a reposição dos estoques de glicogênio.
É importante que os bailarinos e bailarinas se habituem ao seu esquema de hidratação durante o período de aulas e outros para evitar transtornos durante as competições, aulas e outros.
Uma dica importante que dou é que nunca os bailarinos e bailarinas, assim que acabem suas aulas ou competições saiam e ingiram cerveja. Especialmente cerveja após qualquer atividade física, o que aumenta a desidratação.
Uma sugestão é ingerir um suco com um pouco de açúcar ou algo com carboidratos antes de começar a beber a famosa “cervejinha”.
O carboidrato é essencial como repositor energético e no retardo da fadiga. Portanto NÃO BEBA ANTES DE INGERIR CARBOIDRATOS! SE POSSÍVEL NÃO BEBA!




A diminuição de água promove perda de peso entre outras coisas.
É importante ressaltar que a desidratação antecede a sede, provocando diminuição do volume plasmático e aumento da osmolaridade. Dessa forma, ao sentir sede o bailarino ou bailarina já está desidratado e, desta forma, pode apresentar efeitos deletérios à performance e saúde.

O efeito mais sério da prática de exercícios em ambientes quentes é a hipovolemia progressiva (um volume sangüíneo abaixo do normal), acompanhado de uma desidratação. Na verdade, o volume sangüíneo é mantido razoavelmente bem durante a desidratação porque a hipertonicidade que se instala, quando a água deixa o compartimento vascular, promove a saída de água do compartimento intersticial e intracelular para o sistema intravascular. A hipovolemia pode induzir a uma alteração na temperatura interna pela vasodilatação cutânea e redução do fluxo sangüíneo periférico máximo. Esta hipertemia, combinada com uma diminuição do débito cardíaco máximo e redução do VO2 Max, compromete a capacidade de se exercitar por um período prolongado em alta intensidade.

Um bom exemplo de uma bebida esportiva adequada quanto aos eletrólitos e aos carboidratos é o soro caseiro, com custo infinitamente menor do que as bebidas esportivas industrializadas.
Porém, sua palatabilidade pode ser desagradável para algumas pessoas.
Uma receita fácil e simples:
 1 terço de colher de sopa de sal por litro de água;
 1 colher de sopa de açúcar por litro de água.

Nas bebidas esportivas, em alguns estudos comprovam que uma mistura apropriada de líquido com carboidratos e eletrólitos podem melhorar o desempenho do bailarino e bailarina. Dessa forma, o objetivo maior da inclusão de eletrólitos nas bebidas esportivas é a reposição do que foi perdido no suor. Quanto aos carboidratos, estes além de melhorarem a palatabilidade, têm um efeito mínimo no esvaziamento gástrico e estimula a absorção de líquidos e eletrólitos no intestino delgado.



E lembrem-se
Uma dança com perfeição
É uma dança com uma boa preparação.




José Luiz O. Gioia
Diretor e preparador físico da
 Cia de dança GIOIA RARA

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PREPARAÇÃO FÍSICA PARA BAILARINAS - PLANEJAMENTO DE AULAS


PLANEJAMENTO PARA AULAS

Uma das coisas que mais prezo dentro da preparação física para bailarinos e bailarinas é um bom planejamento. Acho que sem isto não há como se ter dança, especialmente de qualidade ou diferenciada técnica e artisticamente.
Já escrevi muito sobre isto, mas insisto que este é um dos tópicos que mais fazem diferença na preparação física e na saúde dos bailarinos.
Por mais simples que seja, este ou o mês de junho, são bons meses pra se ver e avaliar o que já está sendo feito e o que será. Especialmente o que falta.
A parte técnica neste momento é o período ideal pra começar a ser aumentado e gradativamente ser exponenciado.
Se houve uma preparação dividida de formas coerentes com o trabalho e objetivos traçados, deverá neste momento ser avaliado, especialmente para aqueles que já tem uma boa base.
Independente de anotações ou não. Eu recomendo sempre se ter algumas anotações sobre cada aluno.
As formas de avaliação podem ser através de medidas, batimentos cardíacos, índice de massa corporal (IMC),resistência a distancia(as), grandes saltos, sustentações, abdominais, flexões de braço, entre muitas outras coisas.
Infelizmente o que mais ouço em palestras e outras conversas é que nem em academias especializadas existem professores de musculação para bailarinos. Com raríssimas exceções. Raríssimas mesmo.
Isto é muito comum, pois recebo vários e-mails sobre isto.
E infelizmente pra mim nem sempre é possível dar uma assessoria a todos devido a outros compromissos.
Mas o que mais dificulta uma prescrição é especialmente a falta de informações sobre a bailarina.
É muito triste, mas é verdade. A total falta de conhecimento ainda faz muitas vítimas, pois alguns instrutores que nem são familiarizados com dança passam treinos absurdamente incompatíveis com a pessoa que irá realizá-lo. Achando sempre que musculação é musculação. Já ouviu esta história??
Por isto sempre que posso escrevo sobre planejamento, pois isto realmente já é uma boa forma de se começar a preparação. Aliás, é a melhor forma no meu humilde ponto de vista.
A musculação ou mesmo a fisioterapia consiste em aprimorar ou sanar a forma física.
Mas quando e onde ela deve ser aplicada?
Qual a carga a ser aplicada? Quantas repetições? Qual é o nível?
O mesmo se aplica em períodos pré-menstruais e menstruais? Esta é uma variável muito importante na definição de treinos femininos, pois as intensidades devem sempre ser muito bem planejadas, especialmente para os dois primeiros dias da menstruação.
Ficaria aqui escrevendo muito sobre várias outras perguntas na elaboração de um bom treino de musculação.
Mas o importante é realmente se ter planejamento de algum modo. Por mais simples que seja.
Como por exemplo:
Começo de ano determinada ação entre janeiro e março.
Trabalho de resistência, alongamento e complemento de parte técnica entre abril e junho.
Ou mais simples como festivais ou apresentações que terão no ano, incluindo a de fim de ano.
Existem várias formas de se avaliar e planejar um bom trabalho.
Peço sempre que façam o mínimo de planejamento, mas façam.
Aos que não viram os outros artigos que já escrevi sobre este tema terei o maior prazer em enviá-los a quem se interessar, dentro da minha disponibilidade. Mas que com certeza terei o maior prazer em ajudar.
Afinal é muito gratificante receber vários e-mails solicitando meu curso e vendo que cada vez mais aparecem novas pessoas tão interessadas neste assunto. Especialmente para poder cada vez mais ajudar novos e mais experientes bailarinos.
Como em um e-mail que recebi que dizia que este assunto, a preparação física para bailarinos, não deve ser mais somente um assunto de bastidores e sim compartilhado e cada vez mais difundido entre todos.
Num mundo globalizado, a informação é um dos maiores bens. E deve cada vez mais ser difundida.
E aqueles que estão estudando cada vez mais sobre isto estão muito ávidos pela informação e conhecimento, para que possam retransmiti-los.
O que muito me agrada é que em breve teremos uma nova e grande geração de preparadores para dança com muito conhecimento de área e causa.
Mas invariavelmente neste tipo de trabalho, uma das formas é realmente a medição periódica.
E em breve trarei novidades para a preparação física dos bailarinos e bailarinas, vendo possível data para divulgar aqui meu curso. Estendendo-se para todo Brasil.
E que comecei um estudo para desenvolver “COISAS” que acredito e que possam ajudar no dia a dia das aulas, ensaios e até apresentações.
Mas esta já é outra história....Rsrsrsrs.....

E LEMBREM SE
UMA DANÇA COM PERFEIÇÃO
É UMA DANÇA COM UMA BOA PREPARAÇÃO.